O Batalhão de
Choque da Polícia Militar de Pernambuco apreendeu, nesta quarta-feira
(7), várias armas brancas dentro do Presídio Marcelo Francisco de
Araújo, que faz parte do complexo prisional do Curado, antigo Aníbal
Bruno, na Zona Oeste do Recife. Além disso, foram encontrados também
objetos como celulares e pen drives, e drogas, como maconha e crack. A
operação foi realizada dois dias após o NETV 2ª Edição exibir flagrante
captado pelo cinegrafista Edison Silva, de presos utilizando facões e
celulares dentro da unidade. Também nesta quarta-feira, o
secretário-executivo de Ressocialização de Pernambuco, Humberto Inojosa,
renunciou ao cargo.
Na revista,
foram encontrados 58 facões, 56 facas e sete foices, dentre instrumentos
industrializados e artesanais, além de 16 chuços, tipo de arma
artesanal e pontiaguda fabricada pelos próprios presos. A polícia
apreendeu ainda 14 celulares, além de carregadores, pen drives, fones de
ouvido e chips. Os oficiais encontraram ainda cachaça artesanal e cola
de sapateiro, além de 600 gramas de maconha e 300 gramas de crack.
A vistoria, que
começou por volta das 8h, durou cerca de quatro horas e contou com um
total de 36 agentes penitenciários e 48 policiais militares, dentre
oficiais do Batalhão de Choque e das companhias independentes de
Operações Especiais (Cioe) e de Polícia com Cães (Cipcães). Foi
revistado apenas o pavilhão A da unidade, que conta ainda com outros
três pavilhões.
De acordo com o
tenente Sérgio Simões, comandante da operação, os objetos apreendidos
foram encontrados dentro das celas, em buracos e em vasos sanitários.
“Tivemos certa dificuldade por conta da estrutura dentro do pavilhão.
Devido à quantidade de presos, não tinha condição de fazermos [a
vistoria] em todos, tem que ser feito paulatinamente”, explica Simões.
“A revista é um
remédio de segurança, é permanente e contínua”, explica o juiz Luiz
Rocha, da 1ª Vara de Execuções Penais e Corregedoria. Rocha pontua que
as revistas são sistemáticas, mas que é possível que o armamento entre
inclusive pela porta frontal do presídio, o que os agentes não podem
controlar, de acordo com ele. “É preciso que estejamos mais presentes
nessa batalha, com um efetivo maior”, diz.
Superlotação: A
unidade que passou pela revista, o Presídio Marcelo Francisco de
Araújo, tem capacidade para 350 internos, mas hoje comporta um número
cinco vezes maior: 1.926 presos. O juiz Luiz Rocha aponta que a
estrutura precisa ser ampliada. Ele explica que a política de combate à
violência no estado tem êxito, mas ela gera prisões e faz com que a
estrutura atual se torne insuficiente para a demanda.
“Precisamos
talvez até revisitar o sistema de aprisionamento que está sendo feito,
as penas que estão sendo empregadas, a maneira de recolher o preso
provisório, as medidas cautelares”, aponta, lembrando também que algumas
medidas já foram tomadas. Um exemplo delas, de acordo com ele, é a
ampliação do sistema de controle de execuções penais do Tribunal de
Justiça de Pernambuco (TJPE), de uma vara para quatro varas regionais. ( fonte do G1 )
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